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sábado, 19 de julho de 2008

Há quase 2 meses em Lisboa

Pois é... já lá vai mais de um mês desde a última vez que "postei"! Não é por falta de vontade, não é por falta de não ter coisas para dizer (antes pelo contrário) é mesmo por falta de tempo, do tempo, e do tempo mental, ou seja do tempo em que estou suficientemente relaxada para vir aqui e escrever um pouco das atribulações diárias da minha vida!

Hoje consegui um bocadinho... estou em Lisboa. Amanhã o Chapitô vai estar no Terreiro do Paço e quero e preciso de acompanhar essa acção, portanto ir ao Porto para matar as gigantescas saudades e inquietações que me atormentam diariamente estava totalmente fora de questão!!!

O trabalho dentro da sua complexidade e intensidade está a correr bem! Não está fácil... só quem conhece os meandros desta instituição percebe a complexidade que ela envolve... este momento para mim profissionalmente é bastante difícil, há que organizar e estrutar a equipa, uma equipa que tem fortes potencialidades mas que precisa de coesão e de estrutura para que funcione de acordo com as inúmeras solicitações.... há que detectar as fragilidades para as eliminar / transformar em "fortalezas"... há que detectar as pessoas certas para os lugares certos e isto é talvez o mais difícil de tudo! Mas estou com coragem e determinação para que tudo se vá desenvolvendo da melhor forma... claro que o tempo é um aliado precioso assim como a ajuda de algumas pessoas chave dentro da instituição!
Aquilo que mais me atormenta não é o trabalho, não é a intensidade do mesmo, não são as lutas diárias, algumas exasperantes e exaustivas, não é o cansaço que me atormenta... o que me inquieta e atormenta é a distância da minha família...

Ninguém pode sequer imaginar a falta que me faz o carinho do meu marido... nem que seja só quando à noite chego a casa e ele já dorme mas quando me deito passa a perna por cima de mim... ninguém pode sequer imaginar a falta que me fazem as suas palavras de conforto, o som da sua voz... ninguém pode sequer imaginar a recarga de energia que ele me dá só por estar presente... ninguém pode sequer imaginar o quanto ele me equilibra e me fortalece...
Ninguém pode sequer imaginar a falta que me fazem os ruídos dos meus filhos... as noites mal dormidas porque a Leonor sempre nos acorda, porque o Sérgio às vezes chora... ninguém pode sequer imaginar a falta que me faz ouvir o choro do meu filho e as gargalhadas da Leonor, e a arrogância adolescente da Andreia... Ninguém pode sequer imaginar a falta que faz ter o Sérgio agarrado às minhas pernas, a Leonor sem dar descanso, a Andreia enfiada nas sms...
Ninguém pode sequer imaginar a falta que me fazem os nossos passeios ao parque... ninguém pode sequer imaginar como me faz falta sentar-me na sala e não ter sossego... ninguém pode sequer imaginar a falta que me faz ir à noite para a cama com o meu marido e simplesmente dormir porque estamos exaustos... mas estamos lá, um com o outro e os dois com os filhos... Confesso que nunca imaginei que pudesse ser tão duro... a minha família é o meu pilar e os nossos problemas quotidianos são a minha energia e são aquilo que dá razão ao esforço do trabalho... Quero muito que este trabalho no Chapitô dê certo para que este ano voe e os meus se juntem a mim... Quase que queria dormir e acordar daqui a um ano já com tudo resolvido e pronto para que estejamos todos juntos! Este lado está a ser mesmo muito difícil... muito duro...

Mas apesar deste lado menos bom desta situação, não me posso esquecer que este é um momento provisório. Ou corre tudo muito bem e mudamo-nos para Lisboa (apesar de eu ainda não estar totalmente convencida de que quero viver em Lisboa) ou corre tudo mal e volto para o Porto!!! Portanto há que ter alguma confiança e trabalhar para que tudo se resolva rapidamente!

O trabalho no Chapitô tem sido e é um trabalho extremamente aliciante e tem sido um ponto de reencontros fantásticos e alguns até muito comoventes...
Reencontros com pessoas do meu passado que me marcaram muito como a Isabel Salema, que não via há cerca de 20 anos... sei lá tem sido não só directamente com as pessoas como com outras que se cruzaram com pessoas que me são queridas. 

Tirando a questão familiar... sim está a ser gratificante o trabalho no Chapitô. Extenuante também e nesse aspecto até é bom que a família não esteja cá nesta primeira fase, pois se estivessem eu não estaria tão disponível para o trabalho e de facto nesta primeira abordagem esta minha disponibilidade é essencial!
Vou andando, trilhando o caminho, abrindo novos e esperando que tudo corra bem e que esta mudança tão brusca e dura se venha a justificar pela gratificação do caminho trilhado!

3 comentários:

CAP CRÉUS disse...

Sim, é dificil, mas não desistas.
Se correr mal, paciência!

MadameMin disse...

és uma mulher de coragem, vejo em ti um pouco do João Senna, sempre pronta para entrar em acção!

MadameMin disse...

agora sim, matar saudaaaaades!
muitas, mas mesmo muitas...
aproveitaaaaa!
bjs